Anjos ao longo da História

Ao longo da história, os conceitos de “bem”, “mal”, “deuses”, “anjos” e “demônios” muito se modificaram, variando entre regiões, culturas e vertentes mágicas, religiosas e científicas.

De forma geral, todos estes conceitos ao influenciaram de alguma forma o surgimento da Angeologia enquanto prática mágica cerimonial, e os grimórios que tratam de anjos, como os Cinco Livros de Mistério, já surgem em um período de grande influência cristã.

Este texto irá explorar a evolução das definições de anjos e outros termos correlatos, explicando sua modificação ao longo das eras até se consolidarem na prática da Angeologia como a conhecemos hoje.

Índice

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Intermediários entre a terra e o céu

Os anjos teriam um papel importante como intermediários entre deuses e seres humanos, sendo seus mensageiros, mas também exercendo tarefas importantes na manutenção da Ordem e no funcionamento do Universo. Podem ir e vir entre os planos, trazem mensagens importantes aos profetas, levam profetas para verem os céus quando necessário, e guardam as entradas para os planos superiores e seus mistérios.

Anunciação - Anjo mensageiro entrega boas notícias a Maria
A Anunciação, de Filippo Lippi (1450). Um anjo mensageiro entrega boas notícias para Maria. As penas de pavão em suas asas denotam sua origem em outra dimensão.

Como é de se esperar, em mitologias onde os deuses interagem diretamente com os seres humanos (ou onde os deuses são de fatos reis encarnados na Terra), encontram-se menos entidades com papeis similares aos de anjos; por outro lado, em cosmologias com maior distanciamento entre deuses e humanos, os seres similares a anjos têm atuação deveras importante, e são responsáveis por este contato divino. Muitas vezes os mensageiros falam como seu próprio mandante, e estão ali realmente representando o emissor da mensagem, sendo tratados como o próprio deus que os enviou, ou podem ficar encarregados de guardar os portais, e não se chega ao deus sem passar por eles.

Golfo da Guiné

No continente africano, onde a humanidade surgiu segundo a maioria das teorias científicas atualmente aceitas, não há vertentes locais com seres considerados exatamente como “anjos”. No Golfo da Guiné, o papel de guardião de portais e mensageiro é atribuído pelos povos Yoruba a Exu e aos seus arautos chamados de forma geral de Exus. Na Angola e Congo, estas atividades são muitas vezes atribuídas a Aluvaia e Pambu Njila (que tem relação com a corruptela mais recente “pomba-gira”). 

Obra hoje no Museu Etnológico de Berlim. Congo, 1901.
Representação de um dos Nkisi, divindades da mitologia Banta que ficam abaixo somente do Deus Criador, Nzambi. Cada Nkisi pode ter um poder ou atributo diferentes. Fazem parte dessa ordem as divindades Aluvaia e Pambu Njila.

Encontram-se diversos exemplos na mitologia Africana de histórias sobre como Exu conseguiu o papel de guardião das portas de entrada e saída, e de como se deu o seu direito de receber alimentos primeiramente em todos os rituais. Estas explicações vão desde o seu papel como condutor universal de energias até estratégias de mostrar a fartura e benevolência de um deus ou rei pela suntuosidade de seu mensageiro ou guardião. 

Também pode ser observado que suas mensagens são bem diretas e sinceras; é preciso interpretá-las com exatidão, pois tudo que for plantado será colhido posteriormente pelo interlocutor. Observa-se um papel de “entregar as consequências” de atos individuais.

Egito

No Egito, diversos seres têm o papel de mensageiros e guardiães. Os principais seres que possuem esta atuação podem ser derivados de algumas entidades do livro AmDuat, tendo participação importante na jornada de pelo submundo desde o pôr do Sol até seu nascimento no dia seguinte. 

Pesagem do Coração, Livro dos Mortos. Século XIV a.C.
Detalhe da Pesagem do Coração, papiro do Livro dos Mortos. Nele, vemos a pena de Maat como medida na balança. Isfet é o oposto de Maat, simbolizando o caos e violência; o uso dessa palavra significa “fazer o mal”.

Assim como em vertentes anteriores, estes seres não possuem critérios de moralidade fixos, e seguem apenas a sua natureza e as suas funções cosmológicas. Porém alguns destes seres estariam mais alinhados com uma preservação da justiça e da verdade Maat, enquanto outros seriam mais representantes dos poderes caóticos Isfet

Suas formas podem ser diversas, desde escaravelhos até espíritos segurando facas, e que pelas suas descrições podemos entender um pouco melhor seu papel como guardiães universais. Eram muitas vezes desenhados nos sarcófagos para proteger o corpo de influências indesejadas.

Levante

Na região do Levante, por volta de 2.500 AC, existem classes de seres que são descritas em conjunto com os deuses principais, porém parecem ter uma personalidade “coletiva” mais do que personalidades individuais. São seres com atuação importante, e que formam coletivos dependendo da sua função, por exemplo Anunakis (filhos de Anu e Ki, “deuses maiores”), Igigi (“deuses menores” que vigiam o mundo), Sebitti (juízes do submundo), Deuses em pé de Ekur (associados à germinação de plantas), Deuses sentados de Ekur (associados aos enterros e à putrefação). 

Selo cilíndrico acadiano. Suméria, Século XXIII a.C.
Detalhe de um selo cilíndrico acadiano. Nele vemos as deidades Inanna, Utu, Enki e Isimud. Enki, deus das águas, ofícios e criação, é considerado um Anunnaki.

Apenas alguns de seus nomes são descritos na mitologia, permitindo entender que possuem maior importância do que todos os outros que não são citados. Por outro lado, aqueles que se encontram na mesma classe de seres, mesmo que não tenham seu nome citado, poderiam ser entendidos muito mais como divindades do que como meros “mensageiros”. Sendo assim, os limites entre deuses e seres auxiliares não ficam tão claros. 

Ao longo dos ciclos de morte e reprodução, deuses e demônios passaram a ter um caráter menos generalista e mais especializado. Antes, os grandes deuses e demônios eram criadores e destruidores de todo o universo por meio de todas as graças e elementos nocivos. Agora, cada um deles representava uma força primordial ou um aspecto divino. Cada companheiro de Marduk tinha uma função específica na tarefa de promover a civilização, e cada classe de mensageiros ou guardiães teria uma atuação especializada.

Mesmo se especializando cada vez mais, ainda não havia na Suméria, Acádia e Caldeia uma ideia de dualismo, com um Deus ou anjo específico correspondendo a cada Demônio. Embora houvesse heróis divinos, esperava-se que cada demônio assassinasse seu gêmeo. Estátuas da versão “benéfica” do demônio eram usadas para proteger-se contra a versão “maléfica” do mesmo. O Mas bom deveria combater o Mas mau, o Lamma bom combateria o Lamma mau, e o mesmo ocorria para Utuqs, Alapi e Nergalli.

Yázidis

Os Yázidis são um grupo étnico existente pelo menos desde 1500 Antes de Cristo e que vive na região onde ficava a Mesopotâmia, tendo migrado para diversos outros países na forma de grupos menores. Sua religião, o Yazidismo, possui variantes locais, mas os conceitos básicos se mantêm e hoje incorporam diversos aspectos do Zoroastrismo e associações com o Islamismo (mesmo sendo supostamente anterior a estas vertentes). 

Melek Taus, palácio Linderhof, 1878
Representação de Melek Taus, o anjo pavão, no palácio Linderhof, na Bavária.

A principal crença do Yazidismo é a de que Deus haveria criado sete arcanjos nos sete dias da semana, que ficariam responsáveis por moldar o mundo e fornecer ao homem as partes de seu coro. Seu mestre é Melek Taus, o Pavão Cósmico, que incorpora o bem e o mal e não teria aceitado se curvar perante os humanos, mesmo tendo fornecido a eles o sopro da vida, ou a alma. Melek Taus também ensinou 72 línguas aos 72 filhos e às 72 filhas de Adão, que posteriormente fundaram os povos da Terra.

Pérsia

O Zoroastrismo foi fundado na Pérsia por Zoroastro ou Zaratustra por volta do ano 1400 Antes de Cristo, e engloba diversas associações e aprimoramento, principalmente indo-iranianos, desde então. Tem como principal mote a existência de um Deus benéfico chamado Ahura Mazda ou Ormuz, e um Deus maléfico chamado Angra Mainyu ou Ariman. Estes deuses não influenciam diretamente no Cosmos, e para isso contam com a ação de divindades específicas que incorporam suas diversas facetas.

Ahura Mazda, ou Ormuz, representado em relevo. Significa O Princípio, ou Deus do Bem. Deus do céu, da sabedoria e fertilidade no zoroastrismo e mitologia persa.

No Zoroastrismo, os Amesha Spentas ou Amahraspands são os seres celestiais de maior poder, presidindo sobre aspectos gerais da natureza ou setores amplos da divisão energética do Cosmos; seriam análogos aos arcanjos.

Os Fravashis ou Arda Fravash seriam análogos a anjos-da-guarda, existindo individualmente para cada pessoa e presidindo sobre sua alma. É mencionado que após a morte os seres-humanos de boa índole se tornariam um só com seus Fravashis, como manifestação de sua Verdadeira Vontade ou Eu Superior. Protegem todos os seres humanos e animais da divindade maligna Druj, e geralmente são apresentados como um rei com asas e cauda de pássaro no lugar das pernas, sobreposto por um disco ou laço dourado.

Já os Yazatas ou Yazads são anjos mais gerais que regem aspectos da natureza, virtudes humanas ou elementos mentais e espirituais. Os Persas prestavam culto aos principais Yazads, que seriam os do sol, da lua e das estrelas, e geralmente seus nomes são simplesmente variações dos nomes dos aspectos que regem. Podem ter gênero feminino ou masculino dependendo das energias regidas, passivas ou ativas.

Israel

Por volta de 600 AC, estima-se que tenha começado o processo de consolidação de textos que desembocou no livro do Êxodo, presente na Torá e também na Bíblia. Este livro conta a história da fuga dos hebreus do Egito, e esta narrativa foi utilizada posteriormente para montar instruções ritualísticas e também listas de anjos na Cabala. Em diversos outros livros sagrados judaicos de 600 a 200 AC também aparecem anjos com funções importantes, como Gabriel no livro de Daniel e Raphael no Livro de Tobit.

Jan Steen, 1660
Arcanjo Rafael prende Asmodeus. Cena do livro de Tobias.

Segundo a Bíblia, Êxodo 14:19-21:

“E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles.

E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.

Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas”.

Estes três versos narram o momento mais importante da fuga de Moisés e seus seguidores através do Mar Vermelho, que só foi possível mediante o apoio do poder de Deus, livrando os homens justos de seus inimigos. Cada um destes versos possui 72 sílabas na versão hebraica da bíblia, e selecionando-se uma de cada verso é possível obter os 72 nomes correspondentes aos anjos cabalísticos, também chamados espíritos benignos ou Shemhamphorash.

Cada um dos Shemhamphorash de número “N” tem seu nome formado pela sílaba “N” do versículo 19, a sílaba “73 menos N” do versículo 20, e a sílaba “N” do versículo 21. Ou seja, devem ser analisados os três versículos, em sua versão hebraica, percorrendo-se o primeiro e o terceiro na direção direta, e o segundo na direção inversa.

 Os Shemhamphorash possuem graus zodiacais e signos associados a si, e de forma geral fazem parte de algum coro maior. A partir dos 12 nomes de Deus, que são formados por conjuntos de 3 dentre as 4 sílabas do Tetragrammaton, também é possível chegar em seus 72 nomes, apenas realizando-se aliterações internas. Assim, cada grupo de 6 anjos estaria contido em um dos 12 nomes “principais” de Deus. 

Na teoria Cabalística diz-se também que, no momento que a Torre de Babel foi destruída por Deus em punição à soberba dos homens, os trabalhadores foram divididos em 72 nações (algumas já não existentes em nosso tempo). Cada anjo, então, passou a se manifestar como uma faceta de Deus, adquirindo um “nome divino” ou um “santo nome” de Deus, e sendo adorado por um dos povos que se estabeleceram.

Oriente Médio

Por volta do ano 600, quando teria vivido Maomé, começa a se delinear o que viria a ser chamado posteriormente de Islamismo, a partir das informações sobre os planos espirituais reveladas a Maomé por intermédio do arcanjo Gabriel (Jibril).

Autor desconhecido. Califado de Abbasid (750-1258)
Representação islâmica de um anjo, provavelmente Israfel, pela trombeta que carrega. Uma das características de anjos no islamismo é a ausência de desejos do corpo – nunca ficam cansados, não comem nem bebem e não sentem raiva.

No Islamismo, os anjos podem ser entendidos como seres criados a partir da luz (enquanto os djinns são criados a partir do fogo e os humanos a partir da terra), mas também como representantes de conceitos abstratos e aspectos da mente humana. Possuem funções importantes no funcionamento do Cosmos, tanto relacionadas à exaltação dos merecedores quanto à punição dos ímpios. Outros anjos específicos podem ser criados a partir de outros elementos, como os anjos Hamalat al’Arsh que carregam o trono de Allah, os anjos-gêmeos de gelo e fogo Habib vistos por Maomé, e o anjo de fogo Iblis, responsável por punir os humanos no inferno.

A cosmologia islâmica também traz para dentro de sua estrutura alguns seres da mitologia Persa, os Peris, e os transforma em agentes mensageiros benevolentes. Eles teriam a aparência de belas mulheres com asas, aparecendo para dar recados aos humanos ou para alertar àqueles que estão fazendo algum mal ao ambiente.

Cristianismo

De 500 AC até 500 DC, surgiu uma profusão de textos escritos sob inspiração divina que buscavam explicar os mistérios do universo e da divindade, com ou sem citações a seu filho humano. Os diferentes movimentos gnósticos, judaicos e proto-cristãos tinham suas formas próprias de ver o mundo, que muitas vezes se chocavam e contradiziam.

A Assunção da Virgem, Francesco Botticini, 1475
Na obra A Assunção da Virgem, de Francesco Botticini (1475) vemos os anjos divididos em três níveis, ou ordens – a hierarquia como descrita na bíblia

Os movimentos que saíram vitoriosos e que angariaram mais seguidores acabaram escolhendo os textos que fariam parte de seu cânon (a Bíblia), em relação ao velho e principalmente ao novo testamentos. São Jerônimo, no ano 500, cunhou o termo “apócrifo” para denominar os textos que supostamente não haviam sido escritos por inspiração divina, e que portanto ficaram de fora da Bíblia, mesmo que muitos deles não tenham contradições e sejam inclusive complementares aos livros escolhidos. 

Com base na Bíblia, muitos foram os livros escritos para expandir as explicações sobre como o universo funcionava, e sobre como funcionariam as hierarquias celestes, bem como os seres que ali viviam. O livro De Coelesti Hierarchia, publicado no século 5º pelo teólogo e filósofo Pseudo-Dionísio o Aeropagita, ou São Dionísio, descreve as Três Ordens e os Nove Coros de anjos; alguns livros posteriores definem ainda um líder angelical que rege cada Coro.

Primeira Ordem

A Ordem mais próxima de Deus. Dela fazem parte os Serafins, os Querubins e os Tronos (ou Rodas).

Serafins: Keter – Plano Divino / Criador / Coroa

São os guardiões diante do trono de Deus, também conhecidos como “espíritos de fogo”. Geralmente retratados com seis asas e envoltos em chamas vermelhas e douradas, eles regem os céus e constantemente professam louvores a Deus. A graça de Deus flui através dos serafins para os anjos inferiores, dissipando as trevas e purificando o universo. Os Serafins são a mais alta ordem de anjos. Lúcifer teria feito parte desta Ordem, da qual era o anjo mais brilhante, antes de sua queda. São liderados por Metatron.

Querubins: Chokmah – Sabedoria / Revelação

Tendo o mesmo radical de Grifo, Kherub (asas), são uma classe de anjos representados como bebês com asas azuis, ou cabeças com asas. Originalmente, os querubins eram retratados com penas de pavão para simbolizar por meio dos múltiplos olhos seu caráter onisciente. São os cocheiros de Deus e portadores de seu trono. Na Bíblia, têm a função de guardar o caminho até a árvore da vida, no Éden. São liderados por Raziel.

Tronos: Binah – Compreensão / Razão

Também chamados de Rodas, são retratados como rodas aladas dentro de anéis, com as bordas cobertas de olhos, ou então como anéis concêntricos dispostos em diferentes planos formando um globo tridimensional. Eles suportam o Trono de Deus e decidem como as decisões de Deus devem ser manifestadas. Sua missão é trazer julgamentos para cada pessoa e também para a sociedade como um todo. São liderados por Tsaphkiel.

Segunda Ordem

Os sacerdotes e príncipes das cortes dos céus. Abarca os Domínios (ou Dominações), as Virtudes e os Poderes (Potências ou Potestades).

Domínios: Chesed – Misericórdia / Graça / Amor de Deus

Estes são os anjos que trazem os ensinamentos da intuição. São responsáveis por manifestar o poder e o domínio de Deus. Aparecem na forma humana usando uma coroa tríplice, e são representados com cetros e espadas para simbolizar o poder dado sobre toda a criação e a capacidade de decidir o que precisa ser feito para cumprir as necessidades de Deus. Também regulam os deveres dos anjos inferiores para garantir que o universo continue funcionando como deveria. Podem segurar uma cruz para simbolizar o equilíbrio entre as forças ativa e passiva. São liderados por Tsadkiel.

Virtudes: Geburah – Julgamento / Força / Determinação

São os anjos dos milagres, encorajamento e bênçãos, sendo representados como seres brilhantes de luz. Se envolvem sempre que as pessoas estão lutando com sua fé ou duvidando de si mesmas. Possuem quatro asas de penas azuis e usam uma armadura de guerra cintilante. Podem ser representados com cetros, lanças, machados, espadas e/ou escudos. Trabalham junto aos tronos para conceder graças e recompensas àqueles que superaram as dificuldades em suas vidas físicas. São liderados por Raphael.

Poderes: Tipharet – Simetria / Equilíbrio / Compaixão

Os Poderes têm a função de impedir que os anjos caídos dominem o mundo, mantendo o universo em equilíbrio. Também regem o poder do intelecto e da razão em assuntos como matemática, geometria, astronomia e outras ciências exatas, protegendo professores e educadores. São liderados por Camael.

Terceira Ordem

Aqueles que ministram para os humanos em nome de seus superiores. São os Príncipes (ou Principados), os Arcanjos e os Anjos.

Príncipes: Netzach – Contemplação / Iniciativa / Persistência

São protetores das religiões, e também funcionam como anjos de guarda das cidades, nações e governantes. Proveem forças aos povos para se manterem firmes e fiéis à sua nação. Vigiam as nações e tentam inspirar seus líderes a tomarem decisões sábias. São por vezes retratados vestindo roupas de soldados e sandálias, geralmente na forma humana. São liderados por Haniel.

Arcanjos: Hod – Rendição / Sinceridade / Firmeza

São os anjos “chefes”, e levam as mensagens de Deus para os humanos, também comandando os exércitos de anjos em constante batalha contra os “Filhos das Trevas”. Cuidam dos assuntos da humanidade e agem como anjos da guarda dos líderes dos movimentos mundiais. São os anjos que ficam a postos ao redor do trono de Deus, prontos para cumprir os decretos divinos principais sobre os humanos. São liderados por Mikael.

De acordo com o livro do Apocalipse, há sete arcanjos que estão na presença de Deus, mas apenas quatro são mencionados no Antigo Testamento: Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel. Na crença judaico-cristã, os outros três seriam Raguel, Jophiel e Chamuel. Porém, segundo outras fontes poderiam ser três dentre Ariel, Azrael, Camael, Haniel, Jeremiel, Metatron, Raziel, Sandalphon e Zadkiel. Cabe ressaltar que estes arcanjos também são citados, em outras fontes, como líderes de Ordens superiores. 

Anjos: Yesod – Fundação / Memória / Conhecimento

Seres celestes mais próximos aos humanos, são os intermediários entre Deus e os mortais para as funções mais corriqueiras. Lidam com os aspectos da vida cotidiana e atuam como veículo direto para informações, conhecimento e comunicações entre Deus e a humanidade, e vice-versa. Cada humano teria um anjo associado a si, ao nascer. Esses anjos são vistos com corpos humanos, asas e várias vestimentas diferentes, dependendo das tradições e da biblioteca simbólica do humano ao qual foram designados. São liderados por Gabriel.

Europa

Por volta de 480 DC, o Cristianismo se espalhou por toda a Europa. Os conceitos de angeologia estavam sendo definidos nos tratados que vinham sendo escritos, porém a demonologia evoluía constantemente e muito mais rápido. Isto porque, em cada nova região a ser dominada, a Igreja precisou criar um novo rol de demônios, que eram precisamente os deuses de cada povo que seriam paulatinamente apagados.

Além de transferir os poderes dos deuses antigos para Deus e seus anjos, a Igreja também começou a criar um conjunto de histórias sobre seres humanos que conseguiram a sua ascensão, se tornando santos. Sendo assim, a angeologia cristã em si permaneceu relativamente fixa, enquanto a lista de demônios e de santos só aumentava ao longo do tempo, em cada local por onde a Igreja passava.

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