Goetia Pathworking: Trabalhos de Caminho

No livro Goetia Pathworking, Corwin Hargrove introduz a ideia dos trabalhos de caminho no contexto dos 72 daemons goéticos.

Segundo o autor, esse método tem suas vantagens:

  • Não usa palavras de poder difíceis;
  • Nada para queimar, coletar ou criar;
  • Sem sacrifícios ou barganhas;
  • Sem necessidade de desenhar sigilos;
  • Não usa nomes angelicais ou divinos, tornando a magia mais crível para alguns;
  • O método automaticamente cria o estado mental correto e evoca energias elementais;
  • Pode ser feito em total privacidade;
  • Seguro e simples de aprender.

Interessante, não? Descubra aqui o que é um trabalho de caminho de forma geral e como aplicá-lo na Goécia.

O que é Path Work?

Path Works são literalmente trabalhos de caminho. Consistem em definir um caminho com rituais que serão realizados por um certo período de tempo, ou então definir um ritual pontual composto de etapas a serem seguidas em ordem. Diversos autores como Jareth Tempest, Corwin Hargrove e Zanna Blaise abordam rituais no modelo Path Work utilizando seres como anjos e demônios. 

Cabe ressaltar que PathWork (com as palavras juntas) é uma marca registrada de práticas holísticas, e não é sobre isso que iremos falar aqui. Falaremos sobre trabalhos de caminho ou Path Works em uma perspectiva geral.

Como definir um Path Work?

Após escolher um objetivo, existem algumas etapas simples a serem seguidas para se definir um trabalho do caminho.

1. Escolha uma estrutura de elementos: escolha os pontos de interesse que serão trabalhados, com base nos objetivos mais gerais do trabalho de caminho.

2. Defina as conexões entre os elementos: disponha os pontos escolhidos em um mapa ou diagrama, traçando conexões entre eles para estabelecer uma ordem a ser seguida.

3. Defina o que será feito em cada nó da estrutura: detalhe melhor o que será feito, na prática, em cada ponto – meditações, evocações, projeções astrais.

4. Escolha o cronograma e o caminho a ser seguido: defina quantos pontos irá seguir por dia, semana ou mês; algumas estruturas podem permitir bifurcações ou podem ser seguidas em ordem direta ou inversa, defina como irá seguir.

5. Siga o caminho e faça as atividades: prossiga nas práticas percebendo se são necessárias adaptações ou ajustes no cronograma.

6. Registre os resultados: anote o máximo de informações que conseguir captar – sensações, visões, cores, tato, audição, aromas, paladar, etc; analise como estes resultados podem te ajudar a alcançar o objetivo.

Exemplos de Pathworking

O trabalho de caminho depende primeiramente dos objetivos que são escolhidos. 

Exemplos de trabalhos de caminho com demônios da goetia

Exemplo 1: Para um trabalho de ancoragem no mundo físico e frutificação de objetivos materiais, por exemplo, podem ser utilizados Marax, Hagenti e Zagan, todos com elementos taurinos e também com poderes terrestres. 

Exemplo 2: Em trabalhos mais voltados para sentimentos e comunicação, podem ser ativados Forneus, Focalor e Vepar com poderes no domínio das águas. 

Exemplo 3: Para um equilíbrio mais amplo pode ser considerado também um trabalho com os 12 signos do zodíaco, pedindo que um daemon se manifeste em cada ponto.

A escolha do caminho a ser seguido pode ser feita de forma simples, linear, apenas considerando as ordens intrínsecas dos símbolos escolhidos. Daemons da Goécia podem ser seguidos em ordem numérica crescente, enquanto os signos podem ser seguidos na própria ordem da astrologia.

A próxima etapa é detalhar o que será feito em cada um dos três ou doze pontos do caminho escolhido. Utilizando um arcabouço de Goécia arquetípica, pode ser definido o seguinte modelo:

1. Realizar um banimento de sua preferência

2. Sentar em posição de meditação

3. Mentalizar que está em um ambiente adequado

Montanha para os daemons terrestres e praia para os daemons aquáticos? Deixar em aberto para perceber qual ambiente se mostra?

4. Chamar o daemon correspondente àquele ponto

No caso dos daemons já definidos, chamar seu nome ou utilizar seu mantra? Nos casos sem daemons definidos, dizer “que se apresente agora o daemon que pertence a esta esfera” e ver qual daemon se manifestou?

5. Perceber com qual roupagem o daemon apareceu

6. Pedir para o daemon te auxiliar com as qualidades dele

7. Agradecer, se despedir, e realizar novamente o banimento

Em seguida, basta realizar uma das “paradas” do caminho por dia, por semana ou por mês, seguindo o modelo definido, e anotando os resultados da forma mais completa possível.

Dúvidas comuns

Por ser um trabalho mais livre do que a evocação tradicional, a Goécia Path Work incita algumas dúvidas nos praticantes. 

A mais comum é a necessidade ou não do círculo de proteção. Deve-se entender que o traçado do círculo é uma representação física de um conceito metafísico: centralidade, proteção, isolamento do mundo profano. Entende-se que a função do círculo é cumprida pelos banimentos antes e após a prática, assim como a segurança e autoconfiança de quem está realizando a prática, assim como seus instrumentos de defesa mágica previamente ativados.

Em seguida vem a questão dos riscos. Como todo ritual, a goécia usando Path Work tem seus riscos, que são diferentes daqueles da Goécia Tradicional. Quando um daemon está sendo conclamado a se manifestar no plano físico, os riscos são diferentes de quanto o daemon está sendo convocado em ambiente mental ou astral. Sendo assim, no caso de serem utilizadas práticas de meditação, por exemplo, deve-se prestar atenção no equilíbrio da mente e na segurança para que o rito não saia de controle. A intenção firme e clara também é um instrumento importante para se evitar efeitos adversos.

Em terceiro lugar, muito se pergunta sobre a eficácia dos Path Works. Deve-se entender que a eficácia de um rito mágico depende do objetivo escolhido (se é provável ou improvável que ele ocorra naturalmente), do ritual em si (nível de concentração, gnose, tempo de prática) e do daemon escolhido (não só em termos de seus poderes mas também a conexão e alinhamento dele com a sua própria mente).

Trabalhando com Daemons

É interessante partir de objetivos simples, estabelecer métricas para poder verificar se o rito funcionou ou não, e ir passando para práticas mais complexas com o tempo. Assim, será possível percorrer os caminhos do trabalho de forma segura conforme o planejado.

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